Proposta pedagógica 3
Proposta pedagógica 3
Em Areia nos dentes reconhecemos vários universos aparentemente incompatíveis, mas que Antônio Xerxenesky com sua maestria em alinhar narrativas de forma verossímil e inusitada, dá conta de fazê-las acontecer numa mesma história.
Cenário de velho oeste, apocalipse zumbi e invasão hacker, além de muita metalinguagem fazem parte deste caldeirão criativo.
A proposta aqui é se utilizar da mesma ferramenta, trabalhando a criatividade a partir da construção de histórias coletivas, que podem ou não ser transformadas em texto ou cena. Porém, ao invés de universos aleatórios, vamos trabalhar com objetos aleatórios.
Sem nenhuma contextualização prévia, solicite em data acordada que cada um traga para a sala de aula um objeto de dimensão mediana (objetos muito pequenos não conseguem ser vistos com facilidade).
Divida a turma em grupos de até cinco alunos e solicite que formem rodas. No centro de cada uma das rodas coloque cinco objetos aleatórios (escolhidos por você, professor).
O desafio é criar coletivamente uma história onde os cinco objetos estejam contidos de maneira coerente, inseridos assim de maneira estratégica. Na sequência os grupos se utilizam da oralidade para compartilhar com os demais.
Proposta pedagógica 4
“Alina enxerga sombras e vultos desde criança. Doutoranda em história das religiões, especializada em tradições ocultistas e aferrada à racionalidade que tudo ilumina, ela se acostumou a considerar as aparições como simples vestígios de sonhos interrompidos.
Certo dia, um telefonema da delegacia desarruma sua rotina de tédio programado. A polícia suspeita de que uma seita vem causando uma onda de surtos psicóticos em São Paulo. A única pista disponível é um símbolo geométrico desenhado por uma das vítimas. Intrigada e ansiosa para fugir da rotina, Alina decide investigar por conta própria um mistério que a fará questionar os limites entre razão e religião, cultura e crença.”
Em As perguntas, Antônio Xerxenesky costura o tédio da vida cotidiana com o desconforto do horror em um livro repleto de referências ao universo dos filmes, da música e do ocultismo.
As histórias de terror/ suspense sempre povoaram o imaginário e têm espaço garantido nas rodas de histórias, sejam quais forem as ocasiões. Vamos potencializar a oralidade com ferramentas retiradas da estrutura das radionovelas?
Divida a turma em grupos de até seis pessoas e solicite que destaquem um trecho do romance em questão. Na sequência decidam as funções de cada um, buscando cobrir todas as áreas que envolvem a produção de um capítulo de radionovela: atuação, efeitos sonoros, trilha sonora, comerciais, narrativa dos capítulos anteriores, cenas dos próximos capítulos, edição, etc…
Observação: pensem nos trechos selecionados pelos grupos como capítulos, mas não há necessidade alguma de contemplar a obra inteira, tampouco não é um problema se dois grupos escolherem um mesmo trecho.
Ouçam juntos o resultado!
Proposta pedagógica 1
No romance “F” Antônio Xerxenesky utiliza o filme Cidadão Kane e seu diretor Orson Welles como forte referência. Na obra literária a protagonista Ana, matadora de aluguel, pretende executar Orson Welles, e durante a execução deste plano mirabolante acaba perdendo o controle da situação, misturando inclusive realidade e ficção.
Apresente este clássico do cinema para os alunos e na sequência realizem a leitura da obra de Antônio Xerxenesky na íntegra.
O próximo passo é entender a importância da obra cinematográfica a partir de análises já realizadas por estudiosos da área, e só então traçar um possível caminho literário escolhido por Xerxenesky durante o processo de escrita de “F”.
Segue abaixo algumas referências interessantes para instrumentalizá-los neste percurso.
CIDADÃO KANE | Trailer
https://youtu.be/KtZrK1dzBEI?si=bQXkFautaW9W18TO
CINE DEBATE: Cidadão Kane
https://www.youtube.com/live/9GrgGDo1h1Q?si=uUa2MVdwqstILdbx
LIVROS 95: F | Antônio Xerxenesky
https://youtu.be/KM7oJ3DVOEg?si=UqmeDznBwraaAOpS
F | Antônio Xerxenesky
Proposta pedagógica 2
A luta antimanicomial é um tema muito doloroso, pois traz à tona feridas históricas que interferem ainda hoje na maneira como nos relacionamos com a saúde mental.
Sanidade e loucura foram no passado, e ainda são, muitas vezes confundidas segundo interesses, diferenças culturais ou até mesmo expectativas de conduta.
Segue abaixo algumas referências interessantes sobre o assunto:
Holocauto Brasileiro | Netflix
https://www.netflix.com/br/title/81745085
Trailler Holocausto Brasileiro
https://youtu.be/l98aGIj59Ro?si=2hdT44WsX4nBmuix
Quem foi Arthur Bispo do Rosário | Minidocumentário Itaú Cultural
https://youtu.be/uckwYFET7ck?si=sTIqkL5t8j-U_TmY
Bicho de Sete Cabeças | Filme
https://youtu.be/F6Yky54edpo?si=w5h-3bVEvUR4NB7v
No livro Uma tristeza infinita acompanhamos a história de Nicolas, um jovem psiquiatra francês, que é convidado a trabalhar na Suíça logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Junto da esposa Anna, ele se muda para um pequeno vilarejo, próximo ao hospital psiquiátrico onde vai trabalhar. O lugar, conhecido por seus métodos humanizados de tratamento, recebe internos de toda a Europa. Resistindo a prescrever tratamentos como o eletrochoque, Nicolas conversa com seus pacientes até que algo seja descoberto ― tanto no inconsciente do doente quanto no do próprio médico. Assim, diversas feridas de guerra vêm à tona, em um jogo delicado que mistura confiança e loucura. Tendo como pano de fundo o contexto de desenvolvimento das primeiras drogas contra a depressão e outras doenças psíquicas, Antônio Xerxenesky constrói um romance tocante sobre os traumas, o passado e a possibilidade de ser feliz apesar do sofrimento.
Depois da aproximação com o tema, bem como da leitura da obra de Xerxenesky na íntegra, proponha, após uma discussão, a escrita de um conto que tenha como ponto de partida o universo abordado pela obra do autor.